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12fev, 17

 

Nós, médicos de mãos, algumas vezes nos deparamos frente a sérias complicações decorrentes do hábito de roer as unhas.

A principal e mais grave são as infecções. Como as estruturas na ponta do dedo são muito próximas, uma infecção que atinge a unha, logo pode se espalhar para o osso, articulação e tendão, causando sérios problemas.

Primeiramente, devemos esclarecer que a unha é uma camada de queratina que tem a função de estabilizar e proteger a ponta do dedo, e em algumas situações é usada até como defesa. Ela é composta de várias camadas e não contem células vivas. Apenas a base da unha (matriz germinativa) e a porção profunda da unha (camada rosa em baixo da unha), chamada de matriz estéril, que têm células que formam e fixam a unha.

A grande maioria das pessoas que roem unhas tem alterações emocionais, como ansiedade e estresse. Estudos mostram que quando o hábito de roer unhas a maioria das vezes inicia nas crianças. Quando passa pela fase da adolescência, fica mais difícil o tratamento.

A saliva contém ácidos que ajudam na digestão dos alimentos, assim, a unha em contato constante e permanecendo úmida por saliva, acaba enfraquecendo e deformando. Ao roer a unha, também se lesa a pele que fica ao lado de unha que tem a função de proteção e suporte, facilitando a entrada de germes que levam a infecção.

A boca é um local que contém milhões de germes diferentes, e não há nada errado com isso. O problema é que todas as lesões causadas por mordidas, tanto humanas, quanto de animais, apresentam um grande potencial de contaminação e infecção. Então ao morder um ferimento aberto na ponta do dedo, estamos infiltrando muitas bactérias, que podem gerar infecção.

Roer a unha também causa vários outros problemas. Entre eles a perda da função normal da ponta do dedo, que fica dolorida e com dificuldade de fazer a função de pinça. Alem disso, tem o problema estético, pois a unha fica deformada e curta. O hábito de comer as unhas (que nem todo mundo que rói tem), chamado de onicofagia (onico: de unha, e fagia: de comer), também causa alterações gastro-intestinais, com lesões, principalmente no estômago.

Se você rói as unhas e está disposto a parar, saiba que não existe regra. A principal dica é ter força de vontade e pedir ajuda, tanto da família, como às vezes especializada, de psicólogos ou psiquiatras.

 

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